Comments on: Gullar na Academia https://blogs.dw.com/contraacapa/gullar-na-academia/ Sun, 12 Feb 2017 03:03:32 +0000 hourly 1 By: Ricardo Domeneck https://blogs.dw.com/contraacapa/gullar-na-academia/#comment-79 Wed, 22 Oct 2014 17:36:30 +0000 http://blogs.dw.com/contraacapa/?p=367#comment-79 Passados dois dias da publicação desse texto, que é uma coluna para um jornal, não um ensaio ou tese para a Universidade de São Paulo, gostaria de pontuar algumas coisas, após reações extremas por aqui e acolá, tanto concordando como discordando.

Discuti o texto com algumas pessoas que respeito, gente inteligente entre as quais há quem concorde com cada palavra e também quem discorde do texto, mas saiba conversar de forma civilizada.

Há um único reparo que eu faria ao texto, justamente à frase que parece ter causado polêmica e raiva. Eu deveria ter escrito: “Porém sua crítica de arte CONTEMPORÂNEA e colunas políticas DOS ÚLTIMOS ANOS são constrangedoras, atestados públicos de ignorância e falta de discernimento.”

Trata-se de uma questão de ser preciso. Quanto ao resto, não mudo uma vírgula.

O texto trata do trabalho de Gullar em diversas áreas, não ataca o homem. Deixo claro meu respeito por seus grandes livros, como “A luta corporal”, o grande “Poema sujo” e aquela beleza que é “Muitas vozes”. Não posso incluir na lista o último e premiado “Em alguma parte alguma” porque o considero um livro bastante fraco, assim como vários outros poetas mais jovens também o consideram. Sua grande contribuição ficará na poesia. É minha opinião. Ah, claro: opinião não diplomada. A quem não concorda, fico feliz que encontrem em Gullar estímulo. Eu acredito que a arte brasileira não parou em Siron Franco. E que muitos poetas a quem Gullar hoje se alia e dedica sua admiração são péssimos. Enfim.

Talvez surpreenda a alguns que alguém possa sim conhecer o trabalho de um grande homem ou mulher, mas não o admirar em bloco, de forma inquestionável.

Trabalhos pontuais de Gullar sobre artistas específicos são às vezes muito bons. No entanto, suas teorias estéticas envelheceram muito mal, livros como “Vanguarda e subdesenvolvimento”, de 1969, apesar da defesa que fez do livro um poeta que respeito, em outro espaço, é um trabalho datado, fraco, dependente em demasia de seu caráter de oposição a outra estética, a dos concretos. Mario Chamie, para citar um desafeto tanto de um lado como do outro de uma trincheira que insistiram em evocar de novo aqui, já vinha discutindo uma “contextualização da vanguarda” há anos. E os resultados tanto teóricos como artísticos obtidos por gente como Isidore Isou ou Guy Debord, à mesma época, superam os de Gullar em anos-luz nesta área.

O “timing” pareceu estranho a algumas pessoas, que quiseram ler o meu texto como “ataque político” pelas críticas de Gullar ao Governo do PT. Entendo a histeria coletiva do momento devido às eleições, mas meu texto não tem nada a ver com campanha de qualquer partido. Minhas críticas ao atual governo são conhecidas. O que tampouco me alia ao outro partido.

Ferreira Gullar, em colunas e entrevistas dos últimos anos, já chegou a chamar artistas que têm o respeito de muita gente inteligente de “débeis mentais”. Não creio que eu precise comentar o que isso me parece.

Para terminar, respondendo a Sinara, é uma pena que só se possa discutir desta forma no Brasil. As exigências de aceitação ou rejeição em bloco. Tomar partido. Não sei o que outros poetas de minha geração ou os irmãos Campos têm a ver com meu texto. Deixo para outros leitores a decisão sobre quem agiu de forma infantil e fofoqueira. Se ela conhece bem a obra de Gullar e os debates poéticos das últimas décadas, saberá que ele mesmo já foi chamado de “carreirista e politiqueiro” por expor suas discordâncias a outras poéticas.

abraços a todos

Ricardo Domeneck

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By: Karlos Augusto https://blogs.dw.com/contraacapa/gullar-na-academia/#comment-77 Mon, 20 Oct 2014 22:43:03 +0000 http://blogs.dw.com/contraacapa/?p=367#comment-77 Como maranhense que sou Ricardo se é que posso lhe chamar assim, devo lhe dizer que além deste inside acerca de Gullar, seria interessante você aparecer aqui em Caxias/MA, e conhecer um pouco da nobreza existencial da terra de Gonçalves Dias, comparações em seus devidos lugares mais ele deve colecionar mais trabalhos literários após assumir a cadeira da ABL. Este é o papel do escritor homenageado, o seu trabalho deve permanecer para sempre.

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By: Sinara https://blogs.dw.com/contraacapa/gullar-na-academia/#comment-75 Mon, 20 Oct 2014 17:40:34 +0000 http://blogs.dw.com/contraacapa/?p=367#comment-75 Verifico que, como outros artigos desse mesmo autor, esse é também é desinformado e superficial. Esse moço é notoriamente conhecido no Brasil como um propagandista de seus colegas, muitos poetas medíocres e carreiristas como ele. Salta aos olhos sua falta de formação intelectual para uma discussão séria. Consta que nem curso superior esse rapaz tem. Se fosse do tempo de Gullar, que é a minha, “ok”! Naquela época que não tinha faculdade tinha que se apresentar por ótimos livros. Mas teria esse Ricardo alguma obra substanciosa para mover a crítica que pretende? NADICA DE NADA! Ao ler os poemas desse Ricardo vê-se que ele precisa de seus “amigos” por ser um poeta indiscutivelmente fraquíssimo e um politiqueiro nato. Esse autor medíocre agora vai a uma coluna, em órgão estrangeiro, enxovalhar Gullar de modo irresponsável. Sai dizendo que “a sua crítica de arte e colunas políticas são constrangedoras, atestados públicos de ignorância e falta de discernimento.”. Esse Ricardo demonstra que nunca estudou a fundo a obra do autor que pretender criticar, não existe nada dele publicado sobre a obra Ferreira Gullar. Como todos, Gullar pode ser repreendido, quem recebeu o Prêmio Camões (que esse Ricardo não menciona!) e quem escreveu todos esses livros, não merece ser tratado desse modo infantil e fofoqueiro. Veja aqui, Ricardo, o que Gullar escreveu no tempo em que os irmãos Campos só sabiam copiar o Erza Pound: Teoria do não-objeto, 1959; Cultura posta em questão, 1965; Vanguarda e subdesenvolvimento, 1969; Augusto do Anjos ou Vida e morte nordestina, 1977; Tentativa de compreensão: arte concreta, arte neoconcreta – Uma contribuição brasileira, 1977; Uma luz no chão, 1978; Sobre arte, 198; Etapas da arte contemporânea: do cubismo à arte neoconcreta, 1985; Indagações de hoje, 1989; Argumentação contra a morte da arte, 1993; O Grupo Frente e a reação neoconcreta, 1998; Cultura posta em questão/Vanguarda e subdesenvolvimento, 2002; Rembrandt, 2000. Pena que esse rapaz cultive a prática de dar opiniões sobre assuntos que não entende, e dessa maneira tão leviana. Falta-lhe estudo e falta-lhe moral para criticar um poeta com a obra e o percurso de Gullar.

Sinara

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By: Luiz https://blogs.dw.com/contraacapa/gullar-na-academia/#comment-73 Mon, 20 Oct 2014 13:53:42 +0000 http://blogs.dw.com/contraacapa/?p=367#comment-73 Texto lúcido, tanto estética quanto teoricamente. Parabéns e: obrigado.

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