Obama apelou aos americanos, em um dos discursos recentes, lembrando-os de que são todos imigrantes – exceto os descentes diretos dos indígenas primitivos do continente… E o mesmo se aplica ao Brasil e a tantos outros. Em terra brasilis, quase nada se conversa e e faz a respeito da infeliz situação dos refugiados da guerra – perdidos que estamos em um mar de notícias de corrupção e assuntos menores de interesse mesquinho.

Na Inglaterra, não me faltam exemplos da solidariedade diária que presencio nas ruas, apesar de outros tantos desmandos do governo Cameron. Mas como lindamente tem repetido Benedict Cumberbatch todos os dias para a plateia sempre lotada no Barbican (para Hamlet, em Londres): “Ninguém coloca seus filhos na água, exceto se a água se torna mais segura do que a terra”.

Tristes tempos. Quando foi que o mundo ocidental se reconciliou com o horror?

Simpatizo com a causa dos refugiados, mas todos – os refugiados e as sociedades que o recebem – precisam ter em mente que não se pode abrir mão de certos valores conquistados a duras penas somente com base numa suposta tolerância religiosa. Os valores ocidentais precisam sim ser reforçados, não temos que rejeitá-los em favor de quem está chegando agora. O preço do refúgio é a aceitação da cultural que o está recebendo.

Não entendo a razão de um veículo como a DW aceitar publicar um texto tão emotivo e pouco racional.