Comments on: Reserve suas vaias para o estádio de futebol, leitor

By: Sandro Lobo

Sandro Lobo — Tue, 05 Jul 2016 16:00:19 +0000

Não tenho a menor ideia de quem seja este Ricardo Domeneck, mas essa sua posição a respeito do episódio com Abud Said na Flip não diz nada. Absolutamente nada. Primeiro ele informa que não estava lá. Depois diz que ” a jornalista Camila Moraes nos dá uma narrativa mais equilibrada sobre o que houve” (como saber se mais equilibrada se não estava lá?).
Depois, parece não perceber que se Said estava na Flip não era como “o escritor Said” mas sim como “o escritor Said que fugiu da Síria e hoje vive na Europa etc etc”. Não me parece que ninguém na Flip esperava que ele se apresentasse, como diz de maneira vulgar esse rapaz, “sob o signo do coitadismo”.
Não é nada disso. Ocorre que a trajetória do cara passa necessariamente por um contexto histórico do qual ele não tem como se safar – muito menos dizendo as bobagens que disse. Talvez, no entanto, ele estivesse sendo autêntico. Talvez Abud Said, “o sírio”, seja apenas um escritor e nada de mais profundo possa oferecer senão literatura descolada de qualquer contexto que não sua órbita individual.
O autor termina: “Aos que se mostrarem abertos e atentos, Abud Said deu ontem ao público brasileiro uma lição. Resta saber se estamos abertos para a aprendizagem”. Que fecho espalhafatoso para um episódio tão pífio. E que papo é esse de “guardem suas vaias”? Ele, que reclama da postura de “subserviência colonial”, parece querer dizer que na cena literária o escritor é a estrela e ponto final.
Quanta pobreza “na superfície iridescente”.

By: Carlos Henrique

Carlos Henrique — Tue, 05 Jul 2016 00:11:12 +0000

Quem disse que público existe apenas para aplaudir?
Só o que faltava. Agora o público não pode reagir ao que ouve. Tem que ficar quieto como ovelha e engolir qualquer indignidade ou estupidez como se estivesse num Gulag.
Só num país com completa falta de convivência democrática imagina-se que o público não pode se expressar.
Se isso incomoda o escritor, problema dele. O escritor não tem obrigação de agradar ao público e vice-versa. No entanto, uma opinião expressa em público deve e pode receber uma resposta do público. E foi isso o que aconteceu. Nada demais.

By: Malu Pinheiro

Malu Pinheiro — Mon, 04 Jul 2016 20:28:09 +0000

Atitude péssima as vaias e insultos – que não se resumiram a ‘babaca’, o autor também foi chamado de ‘terrorista’. Só mostra a contraditoriedade de quem se pretende defensor dos direitos humanos, e ao ouvir uma crítica ataca justo quem dizem defender. É muito fácil do pedestal da intelectualidade política tampar os ouvidos para as críticas de um escritor já cansado da insistência num tema e ofendê-lo como foi feito, mas essa atitude só reforça a fala do Abud.

A Flip disponibilizou os áudios das mesas no youtube. As falas do Abud que foram vaiadas começam aos cinquenta e dois minutos https://youtu.be/fjnzDaQAwkk