Bundesliga – DoisToques https://blogs.dw.com/doistoques O blog do esporte da DW Brasil Wed, 11 Jun 2014 13:54:12 +0000 pt-BR hourly 1 Jogador amador recebe oferta milionária em seu WhatsApp https://blogs.dw.com/doistoques/2014/04/08/jogador-amador-recebe-oferta-milionaria-em-seu-whatsapp/ Tue, 08 Apr 2014 18:17:11 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1597 Hannover 96 - FC Augsburg
Imagine você atuando em uma liga amadora e, de repente, começar a receber diversas mensagens no celular com ofertas millionárias de clubes profissionais mundo afora. O que você faria? Ignora, responde as mensagens ou tenta fechar um contrato?

Foi o que aconteceu com o Sascha Ernst, jogador de 22 anos do SV Matzenberg – equipe que atua no equivalente à décima divisão do futebol alemão. Ao tabloide alemão Bild, ele contou ter adquirido um novo número de telefone no começo do ano. “Desde o início de março, não paro de receber ligações, SMS e mensagens no WhatsApp de números da Turquia. No começo não entendi do que se tratava. Nem atendia as ligações”, revelou Sascha. A resposta veio quando ele mostrou as mensagens ao seu amigo Christophe Vostal.

“Na verdade o alvo era o atacante do Hannover 96, o senegalês Mame Diouf – aquele mesmo, com passagem pelo Manchester United. Em diversas mensagens, um tal Sukru Kaya alegava que representava os interesses do Trabzonspor, que queria contratar Diouf para a temporada que vem”, explicou Christophe. O agente inclusive chegou a enviar um documento timbrado e assinado pelo presidente do clube turco.

BLog

Sascha Ernst (dir.) e seu amigo Christophe Vostal com as mensagens no WhatsApp

Para os dois amigos de Saarbrücken, era um prato cheio para uma pequena diversão. Eles começaram a responder as mensagens. Papo vem, papo vai e o agente turco apresentou as ofertas milionárias: dois milhões de euros líquidos por temporada. Mais tarde, aumentou para 7,5 milhões de euros para três anos de contrato, além de uma casa, um carro e outros benefícios.

“Posso ir aí amanhã? Você pode confiar em mim. Eu sou o número um da Turquia”, chegou a escrever o agente no WhatsApp de Sascha.

Para o jornal Bild, o agente turco confirmou que foi encarregado pelo Trabzonspor de intermediar a contratação de Diouf.

“Incrível, como são feitas as negociações de jogadores de futebol”, disse Sascha. As ligações e mensagens pararam no celular do boleiro do SV Matzenberg. Provavelmente, o agente turco descobriu o número correto do atacante Diouf.

PS: o contrato do atacante senegalês termina neste verão e clubes por toda a Europa estão de olho. O Trabzonspor também.

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Super Bayern? Nem tanto! https://blogs.dw.com/doistoques/2014/04/07/super-bayern-nem-tanto/ Mon, 07 Apr 2014 19:57:59 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1584 Bayern Munich's Schweinsteiger reacts after their German first division Bundesliga soccer match in Augsburg
Foram impressionantes 53 partidas sem derrota na Bundesliga. Quase duas temporadas completas. Mas a sequência indestrutível do Bayern de Munique encontrou o seu fim em um adversário pouco provável: o também bávaro, porém muito mais modesto, FC Augsburg. O time da capital alemã do teatro de marionetes está apenas em sua terceira temporada na primeira divisão do futebol alemão e já era a grande surpresa na atual edição da Bundesliga. Com o menor orçamento entre os clubes da primeira divisão, o Augsburg ocupa a oitava colocação e briga por uma vaga na próxima Europa League. E o grande feito do clube foi sacramento no último sábado: impediu o título inédito de campeão invicto e a aproximação do Bayern de Munique às grandes campanhas invictas da história do futebol europeu.

É bem verdade que o Bayern de Munique escalou o dito esquadrão B, mas entre os 11 titulares estavam nomes como Daniel van Buyten, Javi Martínez, Bastian Schweinsteiger, Toni Kroos, Sherdan Shaqiri, Claudio Pizarro e Mario Mandzukic. Bem ou mal, alguns destes jogadores estarão inclusive na Copa do Mundo no Brasil.

Porém o gol do atacante Sascha Mölders, aos 31 minutos do primeiro tempo, foi o único da partida e trouxe de volta ao Bayern de Munique o gostinho de uma derrota no Campeonato Alemão – algo que não acontecia desde o dia 26 de outubro de 2012. Naquela oportunidade, ainda sob o comando de Jupp Heynckes, o Bayern perdeu para o Bayer Leverkusen, por 2 a 1, em plena Allianz Arena. Aquela havia sido a única derrota na campanha repleta de recordes da temporada passada. O recorde de campanha imbátivel, Jupp não alcançou – Pep também (ainda) não.

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Arsenal campeão inglês invicto em 2004. Gilberto Silva e Edu fizeram parte da conquista

São muitos os exemplos de campeões invictos no futebol europeu. Apenas para listar alguns (os times mais famosos):
FC Porto – temporada 2010/2011 – time contava com Radamel Falcao e Hulk e era treinado por André Villas-Boas
Arsenal FC – temporada 2003/2004 – apelidados de “The Invincibles”, em alusão ao Preston North End – o primeiro campeão invicto do futebol mundial em 1889 -, os Gunners tinham um esquedrão com Thierry Henry, Dennis Bergkamp, Patrick Vieria, Sol Campbell, Robert Pirès…
Ajax Amsterdam – temporada 1994/1995 – dirigida por Luis van Gaal a equipe tinha jovens promessas do calibre de Clarence Seedorf, Edwin van der Saar, Frank Rijkaard, os irmãos de Boer, Edgar Davids, Patrick Kluivert…

O Bayern de Munique ficou 53 partidas invencível. Um número impressionante, levando em conta a estatística interna na Alemanha. O recorde anterior pertencia ao Hamburgo, que, entre as temporadas de 1981 e 1982, somou 36 jogos sem derrota. Mas comparado com invencibilidades em outros países europeias, a sequência bávara beira ao inespressivo, ao comum.

Shakthar Donetsk – 2000 até 2002 – 55 jogos
FC Porto – 2010 até 2012 – 55 jogos
Benfica – 1976 até 1978 – 56 jogos 
Skonto FC (Letônia) – 1993 até 1996 – 58 jogos
Olympiacos – 1972 até 1974 – 58 jogos
Milan – 1991 até 1993 – 58 jogos
FC Shirak e FC Pyunik (Armênia) – 1993 até 1995 e 2002 até 2004 – ambos 59 jogos
Union Saint-Gilloise (Bélgica) – 1933 até 1935 – 60 jogos
FC Levadia Tallinn (Estônia) – 2008 até 2009 – 61 jogos
Celtic – 1915 até 1917 – 62 jogos
FC Sheriff (Moldávia) – 2006 até 2008 – 63 jogos

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Antes do início da saga invencível, o Steaua foi campeão da Liga dos Campeões contra o Barcelona

Mas o imbátivel de todos os imbatíveis é o Steaua Bucareste. O clube romeno ficou impressionantes 104 jogos sem ser derrotado, entre agosto de 1986 e setembro de 1989. Neste meio tempo conquistou três campeonatos romenos de futebol consecutivos e invictos (!), duas copas da Romênia e chegou à final da Copa dos Campeões – competição precursora da Champions League.

A campanha invicta do Steaua é tão surreal e mítica, que atraiu suas suspeitas. Na época, a Romênia era comandada pelo ditador Nicolae Ceausescu, e o filho Valentin Ceausescu mantinha laços mais do que extremos com o Steaua Bucareste. Valentin é acusado de influenciar as arbitragens e o desempenho de equipes adversárias. Além disso, alega-se na Romênia que muitos dos jogadores, incluindo o craque Gheorghe Hagi, eram transferidos para o Steaua sem o consenso dos outros clubes e dos próprios jogadores. Após o fim da ditadura, Valentin declarou que ele apenas protegeu o Steaua da influência política do arquirival Dínamo Bucareste – clube favorecido pela temida polícia secreta romena.

E, aí? Alguém sabe de outros campeões invictos no futebol? Milan, Panathinaikos, Internacional….
E de quem é a maior sequência sem derrotas no futebol brasileiro?
Passe a bola para os DoisToques…

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Três treinadores em uma temporada: a estatística está favorável para o HSV https://blogs.dw.com/doistoques/2014/02/17/tres-treinadores-em-uma-temporada-a-estatistica-esta-favoravel-para-o-hsv/ Mon, 17 Feb 2014 18:36:07 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1541 0,,17436660_403,00
Mirko Slomka é o terceiro treinador do Hamburgo nesta temporada. O dinossauro da Bundesliga, apelido do HSV por ser o único clube que nunca foi rebaixado na Alemanha, ocupa atualmente a penúltima colocação na tabela, com apenas 16 pontos ganhos. A campanha é catastrófica. O primeiro treinador foi Thorsten Fink, que resistiu singelos seis jogos no cargo – uma pelo DFB Pokal e cinco pela Bundesliga – e deixou o Hamburgo na 15ᵃ colocação na liga.
Seguiu o holandês Bert van Marwijk: o treinador que havia levado a seleção da Holanda à conquista do vice-campeonato mundial em 2010. E com apenas quatro vitórias em 17 partidas – e depois de oito derrotas consecutivas – a direção do clube perdeu a paciência e o demitiu. Van Marwijk não só deixou o Hamburgo na penúltima posição, como aliviou os cofres do clube em três milhões de euros, valor que o holandês vai levar pela quebra de contrato.
O nome da salvação é Mirko Slomka, que tem a árdua missão de reerguer o Hamburgo nas 13 partidas restantes. A direção do HSV parece estar se apoiando em dados históricos e estatísticas. De 2000 para cá, 15 clubes demitiram dois treinadores na mesma temporadas, porém no final do campeonato, apenas quatro foram rebaixados.

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Thorsten Fink: fim de linha na 5ᵃ rodada depois da derrota por 6 a 2 contra o Borussia Dortmund

Temporada 2012/2013
TSG Hoffenheim: Markus Babbel, Marco Kurz e Markus Gisdol
Alcança a relegação na última rodada. Em com duas vitórias  contra o Kaiserslautern permanece na primeira divisão.

Temporada 2011/2012
Hertha Berlin: Markus Babbel, Michael Skibbe e Otto Rehhagel
É rebaixado na relegação em confronto com o Fortuna Düsseldorf.

Temporada 2010/2011
1. FC Köln: Zvonimir Soldo, Frank Schäfer e Volker Finke
O Clube de Colônia consegue se safar do rebaixamento.

Temporada 2010/2011
VfL Wolfsburg: Steve McClaren, Pierre Littbarski e Felix Magath
O clube consegue evitar o rebaixamento na última rodada.

Temporada 2010/2011
VfB Stuttgart: Christian Gross, Jens Keller e Bruno Labbadia
Labbadia consegue levar o Stuttgart até a 12ᵃ colocação.

Temporada 2009/2010
VfL Bochum: Marcel Koller, Heiko Herrlich e Dariusz Wosz
De nada ajudou trazer a lenda do clube. Com apenas duas partidas faltando Wosz não conseguiu evitar o rebaixamento.

Temporada 2009/2010
Hannover 96: Dieter Hecking, Andreas Bergmann e Mirko Slomka
Slomka chega na 19ᵃ rodada, perde as seis primeiras partidas com Hannover, mas consegue a salvação na última rodada.

Temporada 2006/2007
Arminia Bielefeld: Thomas vom Heesen, Frank Geideck  e Ernst Middendorp
Com nove partidas para o término da liga, Middendorp leva Bielefeld da 17ᵃ para a 12ᵃ colocação.

Temporada 2005/2006
MSV Duisburg: Norbert Meier, Jürgen Kohler e Heiko Scholz
Scholz assume com seis partidas faltando e não consegue evitar o rebaixamento.

Temporada 2005/2006
Bayer Leverkusen: Klaus Augenthaler, Rudi Völler e Michael Skibbe
Skibbe assumiu já na nona rodada e classificou a equipe para a Europa League.

Temporada 2004/2005
Borussia Mönchengladbach: Holger Fach, Dick Advocaat e Horst Köppel
A cinco rodadas do fim, Köppel mantém o Mönchengladbach na primeira divisão.

Temporada 2002/2003
Bayer Leverkusen: Klaus Toppmöller, Thomas Hörster e Klaus Augenthaler
O campeão do mundo de 1990 assume faltando duas partidas e salva o clube do rebaixamento.

Temporada 2000/2001
Eintracht Frankfurt: Felix Magath, Rolf Dohmen e Friedel Rausch
De nada adiantou. Frankfurt termina na penúltima posição e é rebaixado.

Temporada 2000/2001
Bayer Leverkusen: Christoph Daum, Rudi Völler e Berti Vogts
O escândalo por uso de cocaína derrubou Daum e no final das contas Berti Vogts classificou o clube para a Copa da UEFA.

Temporada 1999/2000
Borussia Dortmund: Michael Skibbe, Bernd Krauss e a dupla Matthias Sammer e Udo Lattek
A dupla Sammer e Lattek assume na 29ᵃ rodada e leva o BVB até a 11ᵃ colocação.

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Bert van Marwijk: oito derrotas seguidas e a penúltima colocação extrapolaram no HSV

Além da curiosidade de que o Bayer Leverkusen está representado três vezes nesta lista e de que grandes nome do futebol alemão, como Rudi Völler, Klaus Augenthaler, Felix Magath e Otto Rehhagel, estão entre as vítimas da dança das cadeiras, um nome em particular chama a atenção. Exatamente de Mirko Slomka, treinador que salvou o Hannover 96 do rebaixamento em 2010 e esteve por lá até o final de 2013. Neste meio tempo levou o Hannover para duas participações na Europa League. Teve um trabalho sólido, sempre colocando o primo pobre do norte da Alemanha na parte de cima da tabela de classificação.

Aos 46 anos de idade, Slomka treinou ainda o Schalke 04, onde disputou jogos da UEFA Champions League, mas não possui um troféu sequer em sua estante. O treinador recebeu um contrato até metade de 2016, incluindo uma cláusula para a segunda divisão: onde o HSV nunca foi e não pretende ir – onde Slomka poderia comemorar o seu primeiro título, retornando com o dinossauro à Bundesliga.

O trabalho será duro e começa contra o atual vice-campeão europeu, Borussia Dortmund, no próximo sábado. Minha opinião: o Hamburgo consegue evitar o rebaixamento.

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Bundesliga bate recorde no volume de negócios pelo 9ᵒ ano consecutivo https://blogs.dw.com/doistoques/2014/01/28/bundesliga-bate-recorde-no-volume-de-negocios-pelo-9%e1%b5%92-ano-consecutivo/ Tue, 28 Jan 2014 17:06:31 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1489 0,,15880829_101,00
Recordes atrás de recordes. E não apenas no campo de jogo o futebol alemão vem provando um ótimo rendimento, também na área das finanças. Nesta terça-feira (28/01) a DFL (Deutsche Fußball Liga GmbH), orgão administrativo da Bundesliga, divulgou as cifras dos volumes de negócios envolvendo os clubes das três divisões profissionais do futebol alemão. E pelo nono ano consecutivo, a Bundesliga obteve um aumento nas receitas e se consolidou como a segunda liga de futebol mais valiosa do mundo, atrás apenas da Premier League inglesa.

2,17 bilhões de euros! Esta é a soma do volume de negócios da Bundesliga no temporada 2012/2013. Um crescimento de 4,4 % (91 milhões de euros) em relação à temporada anterior. Ao todo, o lucro dos 18 clubes da primeira divisão é de 62,6 milhões de euros. Apenas uma única equipe da primeira divisão contabilizou números negativos. Estes números são reflexo de uma política financeira bastante severa com os clubes profissionais. Os requisitos para adquirir as licenças para os campeonatos e as obrigações administrativas para os clubes não permitem endividamentos, tais quais existem no futebol espanhol, italiano e espanhol. Não é raridade um clube desistir do acesso de divisão ou ser rebaixado por não cumprir, ou não conseguir cumprir, as exigências da DFL.

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Christian Seifert, presidente do conselho da DFL anunciou os números recordes da Bundesliga

“A Bundesliga é bem sucedida, mesmo para os padrões europeus, porque há um equilíbrio entre o desempenho esportivo e a razão econômica. Além disso, devido ao aumento da receita proveniente dos novos contratos com os meios de comunicação, a Bundesliga está no caminho certo para concretizar a sua posição de segundo campeonato de futebol mais rentável na Europa “, disse Christian Seifert, presidente do conselho da DFL.

Premier League reina absoluta

A Premier League é líder absoluto no que tange o volume de dinheiro. Ainda nesta temporada, a liga dos inventores do futebol moderno, deve quebrar a barreira dos 3 bilhões de euros. Curioso entretanto, que, segundo um estudo divulgado pela empresa de consultoria Deloitte, o clube inglês com a maior movimentação do mundo, Manchester United, aparece apenas na quarta colocação com 423,8 milhões de euros. Campeão foi o Real Madrid (518,9), Barcelona (482,6) seguido pelo atual campeão europeu Bayern de Munique (431,2). Entre os 20 primeiros clubes, encontram-se outros três alemães: Borussia Dortmund (11ᵒ com 256,2), Schalke 04 (13ᵒ com 198,2) e Hamburgo (17ᵒ com 135,4 milhões).

Se levarmos em conta todas as três divisões profissionais, o volume de negócios na temporada passada chegou aos 2,59 bilhões de euros. De quebra, a Bundesliga é a sexta liga com maior movimentação financeira do mundo, ficando atrás da NFL (liga futebol americano), MLB (liga de baseball), NBA (liga de basquete profissional), Premier League (campeonato inglês de futebol) e a NHL (liga profissional de hóquei no gelo).

Apenas a segunda divisão movimentou 420 milhões de euro – outro recorde -, o que equivale o volume de negócios da Eredivisie, a primeira divisão de futebol da Holanda!

Recorde também o montante pago em impostos pelos clubes profissionais ao fisco alemão: 850 milhões de euros.

Evolução no volume de negócios da primeira divisão do Campeonato Alemão:
2003/04 – 1,090 bilhões de euros
2004/05 – 1,284 bilhões de euros
2005/06 – 1,287 bilhões de euros
2006/07 – 1,456 bilhões de euros
2007/08 – 1,566 bilhões de euros
2008/09 – 1,715 bilhões de euros
2009/10 – 1,770 bilhões de euros
2010/11 – 1,941 bilhões de euros
2011/12 – 2,081 bilhões de euros
2012/13 – 2,172 bilhões de euros

 

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Bayern de Munique precisa de Lewandowski quando tem Mandzukic? https://blogs.dw.com/doistoques/2014/01/27/o-bayern-de-munique-precisa-de-lewandowski-quando-tem-mandzukic/ Mon, 27 Jan 2014 14:34:18 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1463 0,,17304406_101,00
Mario Mandzukic, artilheiro do Bayern de Munique na atual temporada da Bundesliga, sequer foi relacionado para o primeiro jogo de 2014 contra o Borussia Mönchengladbach. Segundo o treinador Pep Guardiola, o empenho nos treinamento de Mandzukic foi aquém do desejado pela comissão técnica.  A decisão, por mais que a avaliação e o desligamento do jogo tenha sido por motivos estritamente técnicos, foi inegavelmente tomada no momento errado e abriu espaço para discussões. O banimento de Mandzukic tem algo a ver com a contratação do atacante polonês Robert Lewandowski do Borussia Dortmund? A direção do Bayern quer criar uma insatisfação no jogador para ele deixar a equipe? O Bayern pode ser bicampeão da Champions League sem um atacante de ofício?

Mario Mandzukic não veio a público, mas nem precisaria. O croata não entendeu a contratação de Lewandowski e está se sentindo desprestigiado. Se formos analisar somente os número, Mandzukic marcou apens um gol a menos do que o concorrente na Bundesliga – mas disputou duas partidas a menos. São dez gols em 16 partidas. Além disso, Mandzukic marcou outros dois na Champions League, um no Mundial de clubes e é o vice-artilheiro do Bayern de Munique na atual temporada. Mario Mandzukic também ajudou o seu país a se classificar para a Copa do Mundo no Brasil, coisa que o polonês Lewandowski não conseguiu. O atacante do Borussia Dortmund anotou três gols a mais que Mandzukic contabilizando todas as competições por clubes, mas esteve por 600 minutos a mais em campo, que seu futuro (talvez) colega de equipe.

E mesmo assim o valor de mercado entre ambos acarreta uma diferença de 16 milhões de euros, segundo o site especializado em estatísticas de jogadores de futebol transfermarkt.com. E isso, simplesmente, porque Lewandowski é mais jogador que Mandzukic. Pode-se discutir que o Bayern comprou o polonês muito mais para enfraquecer o rival, assim como fez com Mario Gomez, Torsten Frings, Tim Borowski e tantos outros. Pode se discutir que os bávaros conquistaram tudo na temporada passada COM Mario Mandzukic e jogando CONTRA Lewandowski.

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Robert Lewandowski comemora seu gol contra o Arsenal, em outubro, pela Champions League

Mas a longo prazo a contratação de Lewandoski faz sentido. O potencial do polonês é grande. A qualidade técnica é superior a de Mandzukic. E o mais importante para as pretensões de Pep Guardiola: a variação tática com Lewandowski é mais fácil. Mandzukic atua mais centralizado, usa muito bem o seu posicionamento na área. Lewandowski possue um arranque poderoso, se sente bem caindo pelas pontas e, se precisar, pode armar uma jogada.

As justificativas para a compra de Lewandowski são diversas, apenas o momento do anúncio que não. A motivação de Mandzukic sumiu, ainda mais porque o Barcelona mostrou interesse em contratá-lo, segundo o tablóide alemão Bild. Ele se sentiu queimado e deve deixar o clube no final da temporada. E o Bayern de Munique, ao que tudo indica, vai terminar a temporada precisando atuar sem um centroavante de ofício. Franck Ribéry, Thomas Müller e Mario Götze devem fazer as vezes de Lionel Messi, Pedro Rodríguez e Andrés Iniesta no novo super-time de Guardiola.

Para a Bundesliga isso basta. A vitória tranquila por 2 a 0 contra o Borussia Mönchengladbach provou. Mas para o bicampeonato da Champions League tenho lá minha dúvidas.

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Bundesliga: Suíça goleia Brasil em convocáveis para a Copa do Mundo https://blogs.dw.com/doistoques/2014/01/23/bundesliga-suica-goleia-brasil-em-convocaveis-para-a-copa-do-mundo/ Thu, 23 Jan 2014 17:19:13 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1431 0,,17253219_101,00
Faltam 17 rodadas para a Copa do Mundo. Neste fim de semana, a Bundesliga retorna aos gramados alemães com o Bayern de Munique já sendo considerado o virtual campeão, mas ainda com muitas questões em aberto, como a disputa acirrada pelas vagas para as competições europeias da próxima temporada e o rebaixamento. O returno é também a última chance para atletas de várias nacionalidades tentar abocanhar uma das seletas vagas para a Copa do Mundo no Brasil.

E isto não é pouco. Quase a metade dos jogadores inscritos na Bundesliga (46,1%) são estrangeiros. Líder nesta lista é justamente o Brasil, com 16 atletas – o mesmo da Suíça. Dois, Luis Gustavo, volante do Wolfsburg e entrevistado pela DW Brasil no final de 2013, e o zagueiro Dante, do supercampeão Bayern de Munique, são figurinhas carimbadas na seleção de Felipão e, ao que tudo indica, estarão na lista dos convocados, que será divulgada no dia sete de maio.

Ainda na briga para a lista de Felipão

Os jogadores Diego, meia do Wolfsburg, Rafinha, lateral do Bayern de Munique e o zagueiro Naldo, também do Wolfsburg, possuem convocações anteriores e correm por fora. Para o ex-santista Diego é fundamental que o Wolfsburg consiga manter a boa colocação na tabela (quinta colocação com 30 pontos) e que ele vença a disputa interna com a nova contratação Kevin de Bruyne. O belga, que veio do Chelsea da Inglaterra, é figurinha certa na Copa e pretende mostrar ao seu ex-treinador José Mourinho que ele foi mal aproveitado em Londres. A suposta transferência de Diego para o Santos no meio do ano, vem no momento errado, caso as ambições do atleta ainda sejam vestir a amarelinha.

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Diego (esq.) comemora abraçado com o companheiro suíço Ricardo Rodríguez

Companheiro de Wolfsburg, Naldo está em concorrência direta com o companheiro de Bundesliga Dante para uma vaga na reserva no elenco brasileiro. Dante não vem apresentando uma consistência nas partidas, errando seguidamente nas saídas de bola e sendo facilmente dominado quando não está atuando na “sobra”, ou seja, sem estar exposto ao duelo direto com os atacantes adversários. Naldo também não possue o nível técnico de Thiago Silva e David Luiz, mas, mesmo atuando por uma equipe inferior da do Dante, consegue mostrar uma regularidade muito boa comandando o sistema defensivo do Wolfsburg.

Já para Rafinha a situação é um pouco mais complicada. Por mais que ele tenha adquirido bastante espaço no Bayern de Munique com a chegada do treinador Pep Guardiola, Rafinha não esteve uma vez sequer entre os testados por Felipão. O treinador da seleção tende a convocar três laterais esquerdos (Marcelo, Maxwell e Felipe Luís) e apenas o Dani Alves do Barcelona para o lado direito. A solução encontrada por Felipão foi convocar Jean, volante de origem, mas atuando muitas vezes na lateral direita pelo Fluminense, muito pela versatilidade do atleta e as opções criadas dentro do elenco.

Ser bom na Bundesliga não basta para ser convocado

Curiosamente o melhor brasileiro do primeiro turno do Campeonato Alemão, segundo uma votação popular no site oficial da Bundesliga, nunca sequer teve a chance de se apresentar com a camisa da seleção brasileira. O meio-campista Raffael, do surpreendente Borussia Mönchengladbach, atualmente terceiro colocado na tabela, já anotou nove gols e deu quatro assisstências e está fazendo provavelmente a melhor temporada de sua carreira. O olho afiado da equipe de Esportes da DW Brasil anteveio a atual situação e apresentou o jogador em uma entrevista no início da temporada. Raffael carece de atenção midiática e é quase desconhecido no Brasil, mas é um daqueles nomes que muitos na Alemanha se perguntam: por quê nunca deram a ele uma chance na seleção?

Borussia Mönchengladbach - Eintracht Braunschweig 4:1

Raffael, marcou nove gols na atual temporada

Por aqui existem diversos nomes, dos quais os alemães acreditam terem sido injustiçados na seleção brasileira. O nome mais notório é o de Giovane Élber, atacante que viveu uma fase de muitas conquistas com o Bayern de Munique na virada do século.

É bem verdade que a Bundesliga já teve nomes brasileiros mais proeminentes em seus clubes. Mas seria muito estranho o campeonato com as duas melhores equipes da última temporada europeia, com os melhores números financeiros no que tange o volume de negócios e a maior presença de torcedores em estádios, não ter um único brasileiro representado na Copa do Mundo. O futebol “show” pode estar em outros países, mas a estrutura saudável, tanto a saúde financeira dos clubes quanto a da liga, e a melhor combinação entre qualidade tática com a qualidade física está na Alemanha.

Massacre suíço

FC Bayern München - SC Freiburg

Xherdan Shaqiri, meia do Bayern de Munique, é o maior talento da atual geração do futebol suíço

E se o Brasil co-lidera a lista de jogadores estrangeiros na Bundesliga com a Suíça, ao menos na quantidade de selecionáveis a vitória é do país alpino. E de goleada. Se pelo Brasil nos últimos 12 meses apenas Luiz Gustavo e Dante foram convocados para a representação nacional, a Suíça conta com 12 atletas da Bundesliga:
Diego Benaglio (goleiro, Wolfsburg), Johan Djourou (zagueiro, Hamburg), Timm Klose (zagueiro, Wolfsburg), Ricardo Rodríguez (Lateral, Wolfsburg), Gelson Fernandes (volante, Freiburg), Tranquillo Barnetta (volante, Eintracht Frankfurt), Pirmin Schwegler (volante, Eintracht Frankfurt), Xherdan Shaqiri (meia, Bayern de Munique), Granit Xhaka (meia, Borussia Mönchengladbach),  Eren Derdiyok (atacante, Bayer Leverkusen), Josip Drmic (atacante, Nürnberg) e Admir Mehmedi (atacante, Freiburg).

No amistoso disputado na Basiléia em agosto do ano passado, a Suíça derrotou o Brasil por 1 a 0 com um gol contra de Dani Alves e destes 12 atletas suíços que jogam na Bundesliga, oito estiveram nesta partida. Era apenas um amistoso, mas vale lembrar que foi a Suíça que derrotado a atual campeã mundial Espanha na fase de grupos da Copa do Mundo de 2010. Aquela havia sido a último derrota espanhola, até a final da Copa das Confederações, no Rio de Janeiro.

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Raffael, o melhor meia da Bundesliga https://blogs.dw.com/doistoques/2014/01/18/raffael-o-melhor-meia-da-bundesliga/ Sat, 18 Jan 2014 19:12:53 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1401 0,,17278141_12,00
Quem diz isso são os torcedores! Uma enquete realizada pelo site oficial do Campeonato Alemão, o www.bundesliga.de, Raffael desbancou as estrelas do Bayern de Munique, Toni Kroos e Mario Götze, e foi eleito o melhor meio-campista do primeiro turno da Bundesliga. O brasileiro ficou com 34% dos votos.

Além disto, a votação popular deu à Raffael o segundo lugar geral, ficando atrás apenas do atacante colombiano do Hertha Berlin, Adrián Ramos. Estrelas e supercampeões como Franck Ribéry, Arjen Robben e Robert Lewandowski aparentemente jogaram abaixo de suas capacidades, segundo o fã da Bundesliga.

1)Adrián Ramos (Hertha Berlin) – 52,38%
2) Raffael (Borussia Mönchengladbach) – 15,55%
3) Franck Ribéry (Bayern de Munique) – 14,11%
4) Robert Lewandowski (Borussia Dortmund) – 9,48%
5) Arjen Robben (Bayern de Munique) – 5,42%
6) Bernd Leno (Bayer Leverkusen) – 3,07%

Raffael soma nove gols e quatro assistências na Bundesliga e é um dos destaques da ótima campanha do Borussia Mönchengladbach, que atualmente ocupa a terceira colocação, com 33 pontos.

Em setembro, a equipe de Esportes da DW visitou Raffael no Borussia Park. Perdeu a entrevista? Confira aqui o que o destaque do Borussia Mönchengladbach disse sobre seu treinador Lucien Favre, sua adaptação na Europa e a relação mais do que especial com seu irmão Ronny.

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Recorde do Bayern ofusca Dortmund https://blogs.dw.com/doistoques/2013/11/04/recorde-do-bayern-ofusca-dortmund/ Mon, 04 Nov 2013 09:09:31 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1331

Não foi um desempenho que mereça ser destaque nas manchetes sobre a 11 rodada da Bundesliga. O Bayer de Munique esteve em um dia pouco inspirado e penou para derrotar o Hoffenheim, por 2 a 1. Porém, com esta vitória, além de manter a ponta da tabela de classificação, os bávaros igualaram um recorde histórico: esta foi a 36 partida seguida sem derrota do Bayern de Munique no Campeonato Alemão, feito alcançado somente pelo Hamburgo na década de 80. A última derrota dos bávaros foi no dia 28 de outubro de 2012, na Allianz Arena, contra o Bayer Leverkusen, por 2 a 1.

No duelo em Hoffenheim, o treinador do atual campeão alemão, Pep Guardiola, promoveu quatro alterações em relação à rodada passada. Os contundidos Toni Kroos e Arjen Robben deram lugar para os “Super Marios” Götze e Mandzukic. Dante e Javi Martínez também começaram como titular nos lugares de Rafinha e Daniel van Buyten. Pelo lado do Hoffenheim, o principal atacante, Kevin Volland, voltou de contusão.

E os donos da casa abriram o marcador aos 34 minutos de jogo, com Niklas Süle, em falha do goleiro Manuel Neuer. A resposta veio rápida e cinco minutos depois, Mario Mandzukic empatou. E faltando 15 minutos para o fim da partida, Franck Ribéry deu sua segunda assistência no jogo e Thomas Müller só teve que empurrar a bola para o gol. Foi um jogo de paciência, no qual prevaleceu a superioridade na qualidade técnica dos atletas do Bayern de Munique.

Depois da partida, apesar da vitória e do recorde, Pep Guardiola se mostrou bastante insatisfeito. “Preciso corrigir minha estratégia. Vou explicar aos meus jogadores primeiro, o que estou pensando exatamente. São questões táticas. Nós precisamos melhorar para conquistar a Bundesliga”, disse o perfeccionista Guardiola, que acredita que o futebol apresentado pela sua equipe até agora, não é suficiente para terminar na frente do Borussia Dortmund no final da liga.

Dortmund: 31 gols em 11 jogos

Robert Lewandowski (centro) marcou três gols e assumiu a artilharia da Bundesliga.

O Dortmund continua colado nos bávaros – apenas um ponto atrás. E o melhor ataque da Bundesliga fez nova vítima. Goleada por 6 a 1 contra o Stuttgart, com direito a hattrick do artilheiro do campeonato, Robert Lewandowski. E de virada ainda. Esta foi a primeira derrota do treinador Thomas Schneider no comando do Stuttgart. E não tinha como ter sido diferente: o futebol do Dortmund se assemelha ao power play no hóquei. É avassalador na velocidade e na intensidade de jogo. Marcação sob pressão quase no campo inteiro, com saídas rápidas e cirúrgicas, quase sempre conseguindo chegar na área adversário com seis ou mais jogadores.

Pode ser que não baste para voltar à final da Champions League, mas definitivamente possui muito boas chances de levantar a nona salva de prata e se tornar o segundo maior campeão alemão de maneira isolada. Hoje esta posição é dividida com o Borussia Mönchengladbach, que viveu anos de glórias nas décadas de 60 e 70.

Na 11 rodada, finalmente o Freiburg conseguiu conquistar sua primeira vitória, vencendo o Nürnberg fora de casa. Com os três pontos, o Freiburg ultrapassou o próprio Nürnberg na classificação. Outro resultado surpreendente foi a vitória do lanterna Eintracht Braunschweig contra o Bayer Leverkusen, que perdeu contato com a dupla Bayern de Munique e Borussia Dortmund, mas segue tranquilo na terceira posição.

Todos os gols da 11ᵃ rodada da Bundesliga.

A tabela de classificação completa (em alemão).

Os resultados da 11ᵃ rodada da Bundesliga:

Borussia Dortmund 6×1 Vfb Stuttgart
Gols Dortmund: Sokratis Papastathopoulos (19′), Marco Reus (22′), Robert Lewandowski (54′, 56′ e 72′) e Pierre-Emerick Aubameyang (81′)
Gol Stuttgart: Karim Haggui (13′)

Hertha Berlin 0×2 Schalke 04
Gols Schalke: Adam Szalai (26′) e Julian Draxler (90+4′)

1899 Hoffenheim 1×2 Bayern München
Gol Hoffenheim: Niklas Süle (34′)
Gols Bayern: Mario Mandzukic (39′) e Thomas Müller (75′)

FC Nürnberg 0×3 SC Freiburg
Gols Freiburg: Felix Klaus (57′), Vladimir Darida (79′) e Admir Mehmedi (88′)

Hamburger SV 0×2 Borussia Mönchengladbach
Gols Mönchengladbach: Max Kruse (23′ e 63′)

Eintracht Braunschweig 1×0 Bayer Leverkusen
Gol Braunschweig: Dominick Kumbela (81′)

Eintracht Frankfurt 1×2 VfL Wolfsburg
Gol Frankfurt: Alexander Meier (35′)
Gols Wolfsburg: Anderson (contra 2′) e Maximilian Arnold (82′)

FC Augsburg 2×1 FSV Mainz
Gols Augsburg: André Hahn (27′ e 49′)
Gol Mainz: Eric Maxim Choupo-Moting (pen. 59′)

Werder Bremen 3×2 Hannover 96
Gols Bremen: Aaron Hunt (pen. 25′), Cedrick Makiadi (38′) e Santiago García (86′)
Gols Hannover: Szabolcs Huszti (pen. 20′) e Hiroki Sakai (41′)

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Promoção no BVB: troque o “Judas” Götze por Mkhitaryan em sua camisa https://blogs.dw.com/doistoques/2013/10/31/promocao-no-bvb-troque-o-judas-gotze-por-mkhitaryan-em-sua-camisa/ Thu, 31 Oct 2013 17:09:11 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1263

A transferência de um ídolo nunca é bem recebida pela torcida. Quando Mario Götze, jovem promessa alemã e um dos queridinhos da torcida do Borussia Dortmund, se transferiu para o arquirrival Bayern de Munique semanas antes da final da Champions League entre os dois clubes, foi chamado de traidor, de “Judas” e de mercenário. A revolta foi tamanha, que muitos torcedores queimaram suas camisas ou taparam com fita isolante as cinco letras do nome do atleta, agora impronunciável pelos lados de Dortmund. Mas a direção do clube aurinegro encontrou uma solução boa para o torcedor e para o cofre do clube.

Uma promoção inusitada permite todos os torcedores, que levarem a sua camisa da temporada 2012/2013 com a inscrição de Götze nas costas até a loja oficial do BVB, trocar o nome do ex-ídolo pelo do novo camisa 10, o armênio Henrikh Mkhitaryan. É a clássica situação na qual todo mundo sai ganhando. Por míseros 29 euros (uma camisa nova custa 84,95 euros) o torcedor se livra do “Judas” e o clube faz uma bela de uma grana, já que na temporada passada, a camisa do Mario Götze foi a mais vendida (o clube vendeu no total 300.000 exemplares – novo recorde).   

Se a moda pega…

“Koan Neuer”: a torcida do Bayern de Munique protestou e repudiou a contratação de Manuel Neuer

Além da transferência de Mario Götze, existem outras histórias recentes e que revoltaram os torcedores na Bundesliga. Em 2011, o goleiro Manuel Neuer, que passou por todas as categorias de base do Schalke 04 e acabara de ser campeão da Copa da Alemanha, decidiu trocar os Azuis Reais pelo Bayern de Munique. Neuer, inclusive membro de uma das torcidas oganizadas do Schalke e posteriormente banido do fã-clube, foi rejeitado em Munique. Torcedores bávaros protestaram contra a contratação e após a sua chegada entregaram um codex de comportamento ao goleiro, que, entre outras coisas, o proibia de comemorar as vitórias junto dos torcedores, após as partidas.

Lothar Matthäus desolado depois de perder a Copa da Alemanha para seu futuro empregador: o Bayern

Porvavelmente o “Judas” mais popular no futebol alemão é Lothar Matthäus. Em 1984 o jogador do Borussia Mönchengladbach já estava acertado com o Bayern de Munique, quando, como em uma destas pecularidades do futebol, as duas equipes disputaram a final da Copa da Alemanha. E quis o destino que ele desperdiçasse exatamente um dos pênaltis na decisão. Semanas mais tarde, Matthäus seria apresentado como novo jogador do Bayern de Munique.

O Borussia Mönchengladbach está envolvido em outra transferência polêmica. Era 1995 e Heiko Herrlich acabara de ser o artilheiro da Bundesliga, mas o jogador queria porque queria deixar a equipe. Herrlich chegou a rejeitar participar dos treinamentos e a discussão foi tamanha, que o jogador e o diretor de futebol, Rolf Rüssmann, tiveram que resolver a situação perante o tribunal. No final das contas, Herrlich trocou de Borussia e foi para o Dortmund pelo valor recorde da época de 11 milhões de marcos alemães (cerca de 5,6 milhões de euros).  

Heiko Herrlich (dir.) em dividida com o ex-companheiro de Mönchengladbach, Stefan Effenberg.

Luís Figo é hors concours!

Não ocorreu na Bundesliga, mas é uma história que precisa estar em todas as galerias de transferências polêmicas de jogadores de futebol. No ano de 2000, Luís Figo era capitão do Barcelona; recebeu o prêmio Ballon d´Or (Bola de Ouro) de melhor jogador de futebol do mundo, segundo a revista francesa France Football; e no ano seguinte receberia, pelo desempenho em 2000, o prêmio de melhor jogador do mundo pela Fifa. E no meio disto, ele decidiu trocar a Catalunha pela capital espanhola. Luís Figo saiu do Barcelona e foi formar a primeira versão dos galáticos do Real Madrid, pelo valor recorde de 58 milhões de euros.

Cobrar escanteio no Camp Nou passou a ser uma aventura para Luís Figo, depois da ida para Madrid.

O auge do ódio pela traição de Figo, se mostrou em novembro de 2002, no “El Clásico” no Camp Nou, em Barcelona. Quando o português foi cobrar um escanteio, diversos objetos como garrafas, isqueiros, bolas de golfe e verdura podre foram jogados em sua direção. Um torcedor (há a versão que possa ter sido um funcionário do Barcelona) jogou inclusive uma cabeça de porco. A partida teve que ser interrompida por 13 minutos. 

Futebol é assim: envolve muita paixão e, em alguns lugares, também um pouco de política. Achar saídas para minimizar as dores do torcedor é papel dos clubes e o Borussia Dortmund encontrou uma bem original e interessante. Tomara que a moda pegue…

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Jogo do “gol fantasma” não é anulado https://blogs.dw.com/doistoques/2013/10/28/jogo-do-gol-fantasma-nao-e-anulado/ Mon, 28 Oct 2013 18:32:55 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1217

O Tribunal Esportivo da Federação Alemã de Futebol (DFB) decidiu nesta segunda-feira (28/10) que a partida entre Hoffenheim e Bayer Leverkusen não será repetida. No último dia 18 de outubro, o Bayer Leverkusen venceu por 2 a 1 com um “gol fantasma” de Stefan Kießling, no qual a bola entrou pelo lado de fora da rede. Por isso, o Hoffenheim entrou com recurso no DFB para obter a anulação e, consequentemente, a repetição da partida. Mas o veredicto do julgamento presidido pelo juíz Hans E. Lorenz, é de que não houve violação de regra, mas, sim, uma decisão factual. E esta, por mais que esteja errada, é intocável e irrevogável.

“O Tribunal Esportivo do DFB é independente. Nós não tomamos nossas decisões para agradar o DFB, a DFL (entidade que administra a Bundesliga) ou a Fifa”. Foram com estas palavras que o juíz Lorenz abriu a audiência, mas no final das contas o veredicto tomado representa exatamente a política e as normas estabelecidas pela Fifa: a decisão em campo do árbitro é sagrada e foi mantida. E o argumento final foi de que o árbitro da partida, Dr. Felix Brych, errou, sim, mas não violou nenhuma regra de jogo. Brych tomou uma decisão factual.

“Ninguém me falou que não foi gol” 

Durante o julgamento, Brych confirmou que o assistente Stefan Lupp lhe deu um sinal confirmando o gol. “As dúvidas iniciais com relação ao voo da bola foram eliminadas com a comunicação com Lupp”, disse Brych, que, pela regra, podia anular o gol até o apito que reiniciou a partida. “Mas ninguém me falou que não havia sido gol”. Brych alegou ainda que ele ficou com a visão do lance prejudicada, que perdeu a bola de vista e só voltou a vê-la dentro da rede. E isto não é desconhecimento da regra ou violação da mesma. É apenas uma decisão errada.

Stefan Kießling, autor do gol, que já havia declarado diversas vezes que também não viu o lance com clareza, manteve seu discurso. “Eu vejo a bola voando em direção ao lado de fora da rede. Minha vista estava bloqueada, não vejo a bola entrar, apenas que ela estava dentro. Meu primeiro pensamento foi que o goleiro desviou ela para dentro. Pensei em muitas possibilidades, mas não de que a rede tivesse um buraco”.

Kießling (mãos na cabeça) e a clara reação de lamentação pelo gol perdido, logo após a cabeçada

Kießling é considerado um esportista leal e muito por isso ele foi poupado de críticas na imprensa e pelo Hoffenheim. Porém, o treinador do Hoffenheim, Markus Gisdol, tocou em um ponto pertinente: “Se não repetirmos a partida, todos os jogadores optarão no futuro por sempre negar a irregularidade, a fim de manter os três pontos. Se a partida for repetida, estaremos fomentando um fair play em campo”. O clube ainda não decidiu se vai entrar com recurso.

Caso Helmer 

Em 23 de abril de 1994, o Bayern de Munique recebeu o FC Nürnberg no antigo Estádio Olímpico de Munique. E aos 26 minutos de jogo, o zagueiro Thomas Helmer, após cobrança de escanteio, se enrolou com a bola e a empurrou, rente a trave, mas para fora. Naquela época o Tribunal Esportivo decidiu pela repetição da partida com a seguinte argumentação: “O árbitro Hans-Joachim Osmers decidiu, apesar de a reação dos jogadores e torcedores implicar que a bola não havia entrado e sem ter perguntado ao assistente Jörg Jablonski, em dar o gol para o Bayern de Munique”. 

Osmers sabia que no segundo toque de Helmer, a bola havia saído, mas tinha dúvidas com relação ao primeiro toque. E quando olhou para o assistente Jablonski, este estava com a bandeirinha levantada. Os dois se comunicaram via contato visual achando que estavam sinalizando o mesmo lance, mas o grande erro, segundo o tribunal, foi o árbitro não ter ido perguntar o porquê da bandeira estar levantada. Ou seja, ele transferiu a decisão de dar o gol ou não ao assistente, sem saber de qual lance ele estava levantando o instrumento. Neste caso, a decisao factual foi eliminada e uma violação de regra, a de que a bola não ultrapassou a linha da meta, anulou o jogo. Com esta argumentação, o Tribunal Esportivo manejou a repetição daquela partida. E este erro de comunicação entre árbitro e assistente não houve em Hoffenheim: os dois viram a bola dentro do gol e se comunicaram claramente. 

Lance do “gol fantasma” de Thomas Helmer (encostado na trave), no jogo que viria a ser repetido

Tecnologia da linha do gol, já!

Cada vez mais a pressão pela implementação de uma tecnologia, que identifica se a bola entrou ou não, está ganhando voz. E de fato, para evitar tais discussões e injustiças, esta é a única saída. O esporte não vai perder seu charme ou sua fluidez. É preciso acompanhar a modernidade e a velocidade do jogo. É preciso deixar de ser antiquado e, ao menos nos lances de validação de gol, possibilitar a existência de uma rápida comunicação do árbitro com um oficial da liga ou da federação que, através de analise de vídeo e computação gráfica, possa dar o veredicto no momento do lance. E não como hoje em dia: uma semana depois em um tribunal.

O juíz Lorenz fechou a audiência desta segunda-feira, reivindicando exatamente esta evolução, à qual a única que se opõe é a Fifa e a identidade que regula a regras do futebol: a senil International Board: “Precisamos começar a pensar seriamente sobre a tecnologia da linha do gol. Modalidades como o hockey no gelo estão muito mais evoluídos, neste quesito, do que o futebol. Eu apoio totalmente a implementação desta tecnologia para aliviar a pressão sobre os árbitros”.

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