Barcelona – DoisToques https://blogs.dw.com/doistoques O blog do esporte da DW Brasil Wed, 11 Jun 2014 13:54:12 +0000 pt-BR hourly 1 Imprensa espanhola especula Jürgen Klopp e Marco Reus no Barcelona https://blogs.dw.com/doistoques/2014/04/14/imprensa-espanhola-especula-jurgen-klopp-e-marco-reus-no-barcelona/ Mon, 14 Apr 2014 13:32:50 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1711 0,,16771492_101,00

Terceiro colocado no Campeonato Espanhol e eliminado nas quartas de finais da Champions League. Para muitos clubes na Europa, esse resultado espelha o cenário de uma temporada vitoriosa. Mas não para o Barcelona. Depois das derrotas para o Atlético de Madrid, no torneio continental, e para o Granada, no campeonato doméstico, a harmonia entre os torcedores blaugranas e o clube mais vitorioso dos últimos anos acabou. Protestos na frente do Camp Nou, inclusive com insultos racistas contra a contratação mais cara da história do clube – o brasileiro Neymar – demonstram que o clube precisa e vai passar por mudanças.

Os periódicos da Espanha citam que a permanência do treinador argentino Tata Martino para a próxima temporada está praticamente descartada. A eliminação da Champions League e o fato de Martino ainda não ter encontrado uma forma de escalar Lionel Messi e Neymar juntos, arranhou a sua credibilidade com a direção do clube. Ainda segundo a imprensa espanhola, Martino teria rechaçado, por mais que fosse necessário, contratações na última janela de transferências. O alvo dos catalães seria o treinador alemão Jürgen Klopp. O caráter motivador do treinador do Borussia Dortmund, seria o atrativo principal na contratação de Klopp. Outro nome que corre por fora é o de Diego Simeone, atualmente no Atlético de Madrid.

Marc-Andre ter Stegen

Marc-André ter Stegen, atualmente no Borussia Mönchengladbach, deve ser o substituto de Victor Valdés no Barcelona

E se o time não vai bem, aparecem especulações de contratações de novos jogadores. Com a despedida do goleiro Victor Valdés, o jovem alemão do Borussia Mönchengladbach, Marc-André ter Stegen, pode herdar a vaga de número um no Barcelona.

O sistema defensivo, ocupado por jogadores de idade avançada (Puyol), improvisados (Mascherano), machucados (Piqué) ou com rendimento oscilante (Dani Alves), precisa de uma renovação urgente. Exemplo nítido foi a escalação contra o Granada, no último sábado (12/04): nenhum zagueiro de ofício em campo. Os brasileiros Thiago Silva, do Paris Saint-Germain, e David Luiz, do Chelsea, voltaram a ser especulados.

No meio de campo, Xavi e Iniesta também estão na descendente de suas carreiras e não acompanham mais o exigente futebol que o Barcelona se propõe a jogar. Para isso, um nome teria ganhado força no Barcelona: Marco Reus. Nem a cláusula de 35 milhões de euros, estaria assustando os dirigentes do clube catalão.

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A cláusula de recisão do contrato de Marco Reus com o Dortmund é de 35 milhões de euros

É bastante óbvio que o clube precisa urgentemente de sangue novo em seu elenco. Mas não acredito que o próximo treinador do Barcelona seja um que não saiba falar espanhol. A situação exige conseguir chegar ao máximo nos jogadores, conversar bastante e tentar trabalhar psicologicamente. Além disso, os novos jogadores podem sair mais caros do que deveriam. O mundo do futebol inteiro sabe das definciências do Barcelona e vai exigir um preço acima do de mercado para liberar os jogadores.

Mas antes disso tudo, o Barcelona ainda precisa se livrar da sanção da Fifa, que, por ora, proíbe o clube de fazer qualquer contratação. O que vale agora, é tentar evitar que a atual temporada termine sem títulos (quarta-feira, dia 16, joga a final da Copa del Rey contra o Real Madrid). A última vez que isso aconteceu foi na temporada 2007/2008. Na época, o Barcelona era treinado por Frank Rijkaard, terminou o Campeonato Espanhol na terceira colocação e foi eliminado nas semifinais tanto da Champions League como da Copa del Rey.

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Ribéry: “O que mais eu deveria ter feito?” https://blogs.dw.com/doistoques/2014/01/20/ribery-o-que-mais-eu-deveria-ter-feito/ Mon, 20 Jan 2014 17:30:52 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1413 0,,17360967_101,00
Campeão de tudo que disputou na temporada, o craque francês do Bayern de Munique, Franck Ribéry, ainda não aceitou a eleição de Cristiano Ronaldo como melhor jogador do mundo em 2013. Em entrevista ao jornal “Abendzeitung”, de Munique, o atacante do Bayern disse que a escolha do Bola de Ouro envolve muita política. “Conquistei tudo com minha equipe e individualmente. Ronaldo não ganhou nada em 2013. Não estou triste, mas é algo que dói no coração”.

Ao tablóide “Bild”, Ribéry mostrou-se orgulhoso por ter estado entre os três finalistas, reiterou seu espírito de equipe, mas deixou escapar uma cutucada: “É óbvio que teria gostado de ganhar, mas estou bem. O que poderia ter feito além de ganhar tudo com o Bayern? Não sou egoísta, a Bola de Ouro não é o meu objetivo. Prefiro ganhar tudo com o Bayern e ser campeão mundial”.

Ribéry tem certeza de que merecia o prêmio. Além disso, estranhou o fato de na seleção da FIFA estarem apenas três jogadores do Bayern de Munique, que conquistou a UEFA Champions League, a Copa da Alemanha e a Bundesliga na temporada 2012/2013, e nenhum do Borussia Dortmund, outro finalista da Champions. Pior, na seleção da FIFA tinha quatro jogadores do Barcelona, eliminado pelo resultado agregado de 7 a 0 pelos bávaros na semifinal da Champions League.

“Ganhamos cinco títulos, fizemos história. Quem antes havia feito isso? Também faltam jogadores do Dortmund nesta equipe, não sei porque não estão (Mario) Götze e (Robert) Lewandowski”, completou o francês.

Pessoalmente não teria votado em Ribéry, simplesmente porque não enxergo nele um papel tão determinante nos resultados conquistados pelo Bayern de Munique como excercem Lionel Messi no Barcelona, Cristiano Ronaldo no Real Madrid, Luis Suárez no Liverpool e Zlatan Ibrahimovic no Paris Saint-Germain. Vejo os papéis, as funções na equipe, de Philipp Lahm e até de um Bastian Schweinsteiger tão importantes quanto as contribuições de Ribéry. Obviamente que as conquistas devem ter o seu valor reconhecido. mas a escolha é a de melhor jogador de futebol do mundo em um específico ano, e não a de melhor jogador de uma equipe que foi campeã de tudo. E o Bayern de Munique teria sido campeão da Champions League com Ribéry ou sem Ribéry.

Porém, está foi uma das eleições mais complicadas dos últimos anos. Cada um dos três, recebeu praticamente um terço dos votos. Uma diferença de apenas três pontos percentuais separaram os trÊs candidatos:
Cristiano Ronaldo – 27,99%
Lionel Messi – 24,72%
Franck Ribéry – 23,36% 

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Guardiola e a busca da perfeição numa equipe já perfeita https://blogs.dw.com/doistoques/2013/06/25/guardiola-e-a-busca-da-perfeicao-numa-equipe-ja-perfeita/ Tue, 25 Jun 2013 18:29:05 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=113

O Bayern de Munique, a equipe que na temporada passada conquistou tudo que disputou, está agora, oficialmente, sob comando de Pep Guardiola, o treinador mais vitorioso dos últimos anos. Uma união, à primeira vista, imbatível, mas que trará consigo muitos desafios – alguns talvez intransponíveis.

Guardiola, o eterno barcelonista, conquistou com os catalães 2 Champions League, 2 Supercopas Europeias, 2 Mundiais Interclubes, 2 Copas del Rey e 3 títulos do Campeonato Espanhol nos quatro anos em que esteve treinando a sua equipe do coração. Eleito melhor treinador do mundo em 2009 e 2011, Pep Guardiola é agora, oficialmente, o comandante, se não do melhor elenco, mas da equipe mais competitiva do mundo.

Em sua apresentação na Säbener Straße, a sede do Bayern de Munique, Guardiola discursou, e respondeu a todas as perguntas dos jornalistas, em alemão, diga-se de passagem, em bom nível para quem estava aprendendo a língua há apenas um ano. Mas, se no critério da simpatia, Guardiola já pontuou com o público alemão, no setor técnico e tático sabe que sofrerá uma dura pressão.

Eleito duas vezes pela Fifa melhor treinador mundo, Guardiola terá a curiosa missão de provar o seu valor no Bayern de Munique

O que um treinador deve fazer em uma equipe que ganhou tudo que disputou? Guardiola sabe a resposta: o maior desafio é manter o alto nível do time e, em segundo plano, impôr a sua filosofia de futebol, que os alemães chamam de “tiki-taka”. Material humano para repetir o jogo barcelonista de toques rápidos, curtos e precisos, o Bayern tem. Schweinsteiger é tão bom quanto Xavi Hernández, Javi Matínez fará o papel de Sergio Busquets e Mario Götze foi comprado pelos bávaros para ser o novo Andrés Iniesta. Thomas Müller, no papel de flutuação pelas beiradas do campo, é inclusive melhor que Pedro Rodríguez. E, se for levada em conta a última temporada, Franck Ribéry produziu mais para a sua equipe do que Cesc Fàbregas.

Se o meio de campo é o coração das equipes montadas por Pep Guardiola – e nesta faixa do esquema tático ele não deve encontrar problemas para montar um time que busque mais a posse de bola e tente sempre uma superioridade numérica em todas as disputas de bola – a preocupação maior do espanhol está no miolo da defesa e na inexistência de um clone de Lionel Messi.

Guardiola gosta de zagueiros centrais que saibam avançar e diminuir o campo de jogo. Não foram poucas às vezes em que Guardiola improvisou volantes na zaga. Não seria de tamanha surpresa se ele improvisar David Alaba para atuar ao lado do brasileiro Dante, mas a solução correta seria trazer um novo zagueiro para a posição.
Dicas do mercado: Vincent Kompany do Manchester City, uma das melhores saídas de jogo atualmente, Jan Vertonghen do Tottenham Hotspurs ou Mats Hummels do concorrente Borussia Dortmund.

A grande pergunta, quem vai ser o Messi de Guardiola no Bayern, é simples de ser respondida, mas muito complicada de ser resolvida. Não há quem possa ser tão decisivo no elenco bávaro. No geral, existem três formas de solucionar a falta do craque argentino.

1 – Franck Ribéry seria deslocado da ponta esquerda e receberá uma maior liberdade para centralizar suas jogadas e inverter posições. Resta a dúvida se o francês não ficará perdido e, consequentemente, sumido na partida, atuando mais centralizado.

2 – Retirar o centroavante, seja ele Mario Mandžukić ou Mario Gómez, e jogar com três atacantes. Ribéry, Müller e Robben. Funcionaria se o meio-campo for escalado com Götze e Kroos na armação.

3 – Manter o time com o centroavante, deixar do jeito que está e abrir mão de tentar reduzir a área jogável do campo. Implicaria na perda de um jogador a mais que possa participar do toque de bola envolvente, característico no estilo Guardiola.

Pep Guardiola: lidar com expectativa e pressão será o mais difícil para o espanhol

A tríplice coroa do Bayern de Munique não poderia se pior para Pep Guardiola. Se ele conseguir repetir o feito, o que seria sensacional, dirão que Pep pegou uma equipe bem armada por seu antecessor, Jupp Heynckes (o que não deixa de ter sua parcela de verdade). Se o espanhol fracassar, será uma mancha na imagem quase imaculada de um treinador que é um estudioso do futebol, um verdadeiro workaholic e tem como sua maior característica o perfeccionismo.

E para continuar a ser endeusado na Alemanha, Pep Guardiola terá que beirar a perfeição.

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