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“O Real parecia estar diante do Satanás”

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O Borussia Dortmund quase conseguiu o milagre da classificação para as semifinais da Champions League ante ao todo-poderoso Real Madrid. O domínio do jogo, o brio e a maneira como a equipe comandada por Jürgen Klopp colocou os madrilenhos contra a parede, na terça-feira (08/04) em Dortmund, foi bastante reconhecida e elogiada pela imprensa alemã e espanhola. Inclusive os jogadores do Dortmund saíram de campo bastante orgulhosos com a apresentação, enaltecendo o prazer de atuar nesta equipe.

Reações:

Jürgen Klopp, treinador do Borussia Dortmund: “Neven Subotic me disse que ele está imensamente orgulhoso por fazer parte desta equipe. Isso já diz tudo. O vídeo deste jogo deve ser guardado para mostrar para todas as equipes que perderem a partida de ida por 3 a 0 que é possível, sim, reverter o placar. Foi impressionante. O nosso jogo foi tão bom, que hoje ninguém levará bronca.”

Mats Hummels, zagueiro do Borussia Dortmund: “Não acredito que os jogadores do Real chegaram a ser tão dominados durante uma partida, em toda a carreira deles, como aconteceu hoje à noite. Essa noite não esqueceremos assim tão fácil. Tivemos a chance de fazer o terceiro gol no segundo tempo. Seria uma das maiores sensações da história do futebol. No final, foi apenas uma noite maravilhosa, com um final triste. E se eu algum dia eu tiver um filho, contarei a ele a história desta noite.”

Kevin Großkreutz, meia do Borussia Dortmund: “Estou bastante orgulhoso com a equipe e mais orgulhoso ainda por fazer parte dela. Depois dessa grande atuação, merecíamos continuar na competição. Com certeza não vai ser fácil dormir esta noite.”

Roman Weidenfeller, goleiro do Borussia Dortmund: “Tentei dar o meu melhor e tive um pouco de sorte [na defesa do pênalti de Di María]. Aquele momento foi o pontapé inicial para um jogo grandioso. E depois das boas chances no segundo tempo, eu pensei: se sai o terceiro gol, acredito que o Real teria sucumbido e nós poderíamos conseguir o placar de 4 a 0.”

Henrikh Mkhitaryan, meia do Borussia Dortmund: “Eu tive no segundo tempo uma chance imperdível. Não sei o que aconteceu comigo, mas eu não fiz o gol.”

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Casemiro (dir.) foi um dos poucos madrilenhos elogiados pela imprensa espanhola

Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid: “Deixamos a eliminatória em aberto. Jogamos lentamente, com muito erros e sem confiança no jogo. Depois do pênalti perdido, um pouco de medo tomou a equipe.”

Sergio Ramos, zagueiro do Real Madrid: “Temos que refletir sobre o que ocorreu no primeiro tempo e melhorar. No intervalo, o treinador pediu para mudarmos a nossa postura. Se não tivessemos mudado, provavelmente não estaria falando agora sobre a classificação para as semifinais.”

Luka Modric, meia do Real Madrid: “Não sei o que aconteceu. Pode ser que estávamos relaxados, porque vencemos a primeira partida por 3 a 0. Pensamos que seria fácil, mas não é! Precisamos aprender e tirar as lições dessa partida. Sempre dizemos que precisamos aprender, mas aparentemente nunca aprendemos.”

Iker Casillas, goleiro do Real Madrid: “Sofremos demais. Os dois gols surgiram de falhas nossas, mas não podemos ficar tão abatidos. Temos que ter força, porque muitas coisas acabam passando pela cabeça. Acredito que a classificação é merecida. Um toque, um sinal de alerta não faz mal de vez em quando. Melhor ter acontecido nesta partida do que mais num jogo mais à frente da competição.”      

Imprensa alemã:

Kicker: “BVB passa perto do milagre. Os dois gols de Reus fizeram o Real tremer.”

Süddeutsche Zeitung: “Mágicos de grandes noites. Grande espírito de luta, enorme disposição – mas chances demais foram desperdiçadas. Borussia Dortmund escolhe o melhor caminho para ser eliminado da Champions League. Com o seu futebol atraente, a equipe de Jürgen Klopp chamou mais uma vez a atenção de todos na Europa.”

Die Welt: “Depois de grande luta, faltou apenas um gol ao Dortmund. Os alemães dominaram e praticamente fizeram o que queriam com o Real Madrid. Mas Henrikh Mkhitaryan desperdiçou várias chances claras. No final, faltou um gol.”

Bild: “Não teve milagre, mas vocês são maravilhosos [usando um trocadilho em alemão]. Foi uma grande noite de futebol.” 

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A tarde chuvosa em Dortmund causou o escorregão de Di María, mas não o de Weidenfeller.

Imprensa espanhola: 

El País: “Dortmund foi o Vietnã. E o Real Madrid sobreviveu pálido e milagrosamente ao jogo terrível, no qual os alemães em campo e nas arquibancadas honraram o futebol. Os jogadores do Real pareciam estar diante do Satanás. Eles tinham todos os fantasmas tradicionais alemães diante de seus olhos.” 

Júlian Ruiz, colunista do El Mundo: “Dortmund parecia os tanques de Hitler, que transpôs a linha defensiva da Polônia. Klopp provou mais uma vez como se joga contra equipes que são tecnicamente superiores. Mas o Real é claramente inferior no sentimento, nas emoções, porque são jogadores multimilionários, mimados e sem o prazer de honrar a camisa. Este é o Real da vergonha e dos milhões.”

Marca: “Um susto que quase acaba em tragédia.”

Marcos López, colunista do Marca: “Dortmund mordeu, roubou as bolas e o branco saiu de seus olhos. Mkhitaryan teve a classificação em seus pés. A imprensa esportiva vai eternizá-lo como o melhor jogador do Real nesta partida. Ele vai relembrar a vida inteira daquela bola na trave.” 

AS: “O erro de Di María acordou os alemães. É uma equipe alemã! Não é dormindo que se conquista a fama. Iker Casillas salvou o Real pela enésima vez. E o Dortmund mostrou semelhanças aos velhos ogros alemães. O medo estava instaurado.”

P.P. San Martín, colunista do AS, elogiu bastante a atuação do volante brasileiro Casemiro: “Casemiro jogou os 18 minutos finais, os mais difíceis da partida. E resultou que o brasileiro deu ordem no meio-campo, mostrou coragem e muito orgulho. Como se fosse um veterano, ele deu a cara, marcou o território quando a equipe alemã crescia na partida e auxiliou Xabi Alonso na marcação.”

El Confidencial: “Mkhitaryan não é Götze, e Jojic não é Gündogan. Isto é logo perceptível. Mas a pressão de Kirch e Jojic bastou para dominar jogadores com grandes nomes e com muito mais dinheiro na conta.” 

El Mundo Deportivo: “Mkhitaryan fez o mais difícil: mandou a bola na trave. Seu erro custou a classificação do Dortmund.”

La Vanguardia: “O Real sabe agora como é sair vivo do inferno. No segundo ano consecutivo, os “camisas brancas” vivenciaram um pesadelo em Dortmund.”

Data

09/04/2014 | 15:19

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