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Promoção no BVB: troque o “Judas” Götze por Mkhitaryan em sua camisa

A transferência de um ídolo nunca é bem recebida pela torcida. Quando Mario Götze, jovem promessa alemã e um dos queridinhos da torcida do Borussia Dortmund, se transferiu para o arquirrival Bayern de Munique semanas antes da final da Champions League entre os dois clubes, foi chamado de traidor, de “Judas” e de mercenário. A revolta foi tamanha, que muitos torcedores queimaram suas camisas ou taparam com fita isolante as cinco letras do nome do atleta, agora impronunciável pelos lados de Dortmund. Mas a direção do clube aurinegro encontrou uma solução boa para o torcedor e para o cofre do clube.

Uma promoção inusitada permite todos os torcedores, que levarem a sua camisa da temporada 2012/2013 com a inscrição de Götze nas costas até a loja oficial do BVB, trocar o nome do ex-ídolo pelo do novo camisa 10, o armênio Henrikh Mkhitaryan. É a clássica situação na qual todo mundo sai ganhando. Por míseros 29 euros (uma camisa nova custa 84,95 euros) o torcedor se livra do “Judas” e o clube faz uma bela de uma grana, já que na temporada passada, a camisa do Mario Götze foi a mais vendida (o clube vendeu no total 300.000 exemplares – novo recorde).   

Se a moda pega…

“Koan Neuer”: a torcida do Bayern de Munique protestou e repudiou a contratação de Manuel Neuer

Além da transferência de Mario Götze, existem outras histórias recentes e que revoltaram os torcedores na Bundesliga. Em 2011, o goleiro Manuel Neuer, que passou por todas as categorias de base do Schalke 04 e acabara de ser campeão da Copa da Alemanha, decidiu trocar os Azuis Reais pelo Bayern de Munique. Neuer, inclusive membro de uma das torcidas oganizadas do Schalke e posteriormente banido do fã-clube, foi rejeitado em Munique. Torcedores bávaros protestaram contra a contratação e após a sua chegada entregaram um codex de comportamento ao goleiro, que, entre outras coisas, o proibia de comemorar as vitórias junto dos torcedores, após as partidas.

Lothar Matthäus desolado depois de perder a Copa da Alemanha para seu futuro empregador: o Bayern

Porvavelmente o “Judas” mais popular no futebol alemão é Lothar Matthäus. Em 1984 o jogador do Borussia Mönchengladbach já estava acertado com o Bayern de Munique, quando, como em uma destas pecularidades do futebol, as duas equipes disputaram a final da Copa da Alemanha. E quis o destino que ele desperdiçasse exatamente um dos pênaltis na decisão. Semanas mais tarde, Matthäus seria apresentado como novo jogador do Bayern de Munique.

O Borussia Mönchengladbach está envolvido em outra transferência polêmica. Era 1995 e Heiko Herrlich acabara de ser o artilheiro da Bundesliga, mas o jogador queria porque queria deixar a equipe. Herrlich chegou a rejeitar participar dos treinamentos e a discussão foi tamanha, que o jogador e o diretor de futebol, Rolf Rüssmann, tiveram que resolver a situação perante o tribunal. No final das contas, Herrlich trocou de Borussia e foi para o Dortmund pelo valor recorde da época de 11 milhões de marcos alemães (cerca de 5,6 milhões de euros).  

Heiko Herrlich (dir.) em dividida com o ex-companheiro de Mönchengladbach, Stefan Effenberg.

Luís Figo é hors concours!

Não ocorreu na Bundesliga, mas é uma história que precisa estar em todas as galerias de transferências polêmicas de jogadores de futebol. No ano de 2000, Luís Figo era capitão do Barcelona; recebeu o prêmio Ballon d´Or (Bola de Ouro) de melhor jogador de futebol do mundo, segundo a revista francesa France Football; e no ano seguinte receberia, pelo desempenho em 2000, o prêmio de melhor jogador do mundo pela Fifa. E no meio disto, ele decidiu trocar a Catalunha pela capital espanhola. Luís Figo saiu do Barcelona e foi formar a primeira versão dos galáticos do Real Madrid, pelo valor recorde de 58 milhões de euros.

Cobrar escanteio no Camp Nou passou a ser uma aventura para Luís Figo, depois da ida para Madrid.

O auge do ódio pela traição de Figo, se mostrou em novembro de 2002, no “El Clásico” no Camp Nou, em Barcelona. Quando o português foi cobrar um escanteio, diversos objetos como garrafas, isqueiros, bolas de golfe e verdura podre foram jogados em sua direção. Um torcedor (há a versão que possa ter sido um funcionário do Barcelona) jogou inclusive uma cabeça de porco. A partida teve que ser interrompida por 13 minutos. 

Futebol é assim: envolve muita paixão e, em alguns lugares, também um pouco de política. Achar saídas para minimizar as dores do torcedor é papel dos clubes e o Borussia Dortmund encontrou uma bem original e interessante. Tomara que a moda pegue…

Data

31/10/2013 | 19:09

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